Resenha por Walter Kohan e Maurício Rocha
Tomaz Tadeu apresenta sua tradução da Ética de Spinoza (1632-1677). T. Tadeu renova constantemente a biblioteca da área da Educação, com estudos sobre currículo com base em M. Foucault e, mais recentemente, em G. Deleuze. Mas desta vez, ele foi além… Esta é a terceira tradução da Ética em português, setenta anos após a primeira, por Lívio Xavier, e quase seis décadas após a versão editada em Portugal por Joaquim de Carvalho e colaboradores, a mesma republicada na coleção Os pensadores, desde 1973. Para os vários grupos de leitores de Spinoza espalhados pelo Brasil, dentro e fora das universidades, o feito já é um evento e tanto. A presente tradução oferece, no final da edição, notas de esclarecimento sobre os termos utilizados e as soluções de problemas do texto latino, uma tabela, em latim/português e português/latim dos afetos contidos na Ética, referências bibliográficas sobre e locais na Internet com material sobre Spinoza. O cuidado é importante, pois o problema maior das traduções de obras filosóficas é sempre o da fidelidade ao léxico e ao pensamento do autor. Outra qualidade é a incorporação de lições das últimas quatro décadas de estudos e traduções sobre o pensador holandês, propondo correções adotadas pelos principais tradutores internacionais, de problemas recorrentes nas versões disponíveis em português — desfazendo a reiterada confusão entre afecção e afeto (affectio/affectus); entre potência e poder (potentia/potestas); e substituindo a versão de mens por alma pelo correto mente, entre outros vocábulos [leia mais]